Que nossos ancestrais sejam âncoras para firmarmos nossa
referência no mundo;
Que nos inspirem a sermos nós próprios no mundo que é o
nosso lugar objetivo e subjetivo, mas também nos mundos outros de outrem;
À semelhança de nossos ancestrais, que assim o são porque se
forjaram na experiência de bondade, justiça, ética, decência, coragem,
desobediência, transgressividade, de mestre e aprendiz a um só tempo, façamo-nos
pessoas merecedoras de vir a pertencer ao círculo dos ancestrais,
por dignidade de nossa presença enquanto convívio com os mortais.
De nossos antepassados que não fizeram por merecer
assento ao círculo dos Ancestrais, lembremos apenas do que o foram em si
mesmos, em memória àqueles sobre os quais devemos superar os feitos pessoais e
históricos. Será nossa referência para o que ou quem não devemos vir a ser.
Ciente de nosso devir,
Para vir a ser
o que devemos ser melhor eticamente, penso hoje, igualmente à
minha reflexão posta no poema Contradições
de Sabedorias (fev.2010), acolher o natal, o nascimento de Jesus Cristo, a presença de
Jesus Cristo em nossa existência íntima ou, se necessário for, negá-los
integralmente como parte de nossa referência íntima e personalíssima, sem medo
nem remorso, mas sem olvidarmos das multifaces da experienciação humana.
Saúdo aos Seres Divinizados Todos, cada um com suas faces
particulares; cada um com seus atributos particulares; cada um com seus conceitos
particulares; cada um com seus feitos. Cada um no seu mundo cultural, nem mais nem menos.
Saúdo às Mulheres, aos Homens e às todas Variações que se
possam dizer, por autoatribuição e autodeterminação, humanas; cada um e uma por ser o que é.
Saúdo às pessoas todas que compartilharam suas
existências, seus saberes e seus modos de viver, nas circunstâncias que já nos
oportunizaram e nós já nos permitimos fazê-lo. Conspiro para que o façamos [mutuamente]
em novas experienciações de nosso devir, por escolha autônoma.
Áureo João.