domingo, 29 de julho de 2012

ESTOU COM FOME IZALA MI COTA


ESTOU COM FOME IZALA MI COTA
Ruimar Batista (2006).
Estou com fome
Fome de amar, de fraternidade
Fome de amizade, de bem-estar
Fome de amigo, de bom humor
Fome de amiga, de carinho
Fome de boas notícias, de boas graças
Fome de honestidade, de sinceridade.
Fome de saúde, de conhecimento
Fome de boa ação, de justiça
Fome de brincar, de felicidade
Fome de segurança, de liberdade
Fome de dançar, de cantar
Fome de saber, de conhecer a lei
Fome de comer tudo.
Estou com fome, estou com fome
Estou com fome, estou com fome
Estou com fome, estou com fome.
....
Izala mi cota
Jabala Lodo feran, Lodo atá
Jabala Lodo rirepó, Lodo jelenké
Jabala Lodo ponton, Lodo itarabá
Jabala Lodo ihinrére, Lodo ojurêre
Jabala Lodo aidibajé, Lodo ailetan
Jabala Lodo ilerá, Lodo ojulumó
Jabala Lodo óresisé, Lodo odôdô
Jabala Lodo áfisiré, Lodo orun
Jabala Lodo abósasi, Lodo ominira
Jabala Lodo jó, Lodo korin
Jabala Lodo mó, Lodo mofin
Jabala Lodo alafiá, Lodo ifé
Jabala Lodo jeun, Lodo fije
Izala mi cota, Izala mi cota
Izala mi cota, Izala mi cota
Izala mi cota, Izala mi cota
...

Referência:
BATISTA, Ruimar. Negridade: Poesias. 2.ed. Teresina, Afreketê, 2006. 80p.  p.48. (negridade@yahoo.com.br).

Reverência:
Nossa especial reverência ao Espírito Ruimar Batista, em sua existência subjetiva, material, social, política, étnica e ética; à sua Humanidade e Magnanimidade.
Nossa reverência distinta ao Poeta, Militante e Escritor Ruimar Batista.

ORIGENS - Ruimar Batista


ORIGENS
Ruimar Batista (2006).
Eu e vocês, eu e vocês, somos Bantos, somos Malês
Eu e vocês, eu e vocês, somos Bantos, somos Malês
Malungo ou Malunga
Ágeis guerreiros foram nossos ancestrais
Viveram, lutaram. Liberdade, amor e paz!
Vinham da Bahia e também do Maranhão

Nossos ancestrais, cada um é nosso irmão!
E no Piauí, Piauí, Piauí
Seus herdeiros a resistir
E no Piauí, Piauí, Piauí
Seus herdeiros a resistir

Angola, mina, benguela
Congo, Guiné
Gêge, Rebolo
Mossambique, Cassange
Deles descendemos eu e vocês, eu e vocês
Deles descendemos, somos Bantos, somos Malês
Eu e vocês, eu e vocês, somos Bantos, somos Malês
Eu e vocês, eu e vocês, somos Bantos, somos Malês

Referência:
BATISTA, Ruimar. Negridade: Poesias. 2.ed. Teresina, Afreketê, 2006. 80p. p.58. (negridade@yahoo.com.br).

Reverência:
Nossa especial reverência ao Espírito Ruimar Batista, em sua existência subjetiva, material, social, política, étnica e ética; à sua Humanidade e Magnanimidade.
Nossa reverência distinta ao Poeta, Militante e Escritor Ruimar Batista.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

ALICE - poema, poesia e filosofia


ALICE
Áureo João de Sousa. Teresina-PI, 25 de Julho de 2012.

Magra
Magreza
Magrela
É Ela
Na passarela
Da vida
Todo dia.
Maga
Magia
Alice
Mulher
Maravilha
De noite
De dia
Todo dia.
Dança
Ginga
Mandinga
Serpenteia
Na teia
Na areia
No caldeirão
No colo.
Canta
Encanta
O ventre
Com vinho
O corpo
Voa
No vento
E no firmamento.
...

IDENTIDADES - poema, poesia e filosofia


IDENTIDADES
Áureo João de Sousa. Teresina-PI, 12 de Julho de 2012.

Estava sentado
na pedreira da existência,
assuntando as águas da fonte,
que umedecem os corpos
e movem os fluxos da vida.
Ao canto de uma pedra,
ergueu-se uma Sereia,
uma voz ecoou,
vindo, não sei ao certo;
perguntou-me:
Quem é você?
Ante as pedras,
sob as forças das águas,
do sopro dos ventos
e da argila vermelha,
eis que eu também interrogo:
Quem sou?
Em anomia,
como um menino assustado,
sob o encanto de sua divina voz,
ó, grande oráculo,
sabes o que tenho a dizer,
só para impressionar,
o que sua sabedoria dispensa de ouvir.
Sou filho da regência do trovão,
na justa medida e conduta;
Feito ao fogo do raio
que rege o devir e o por vir,
profundo e raso, em altura e largura.
Sou filho de Oxum,
banhado nas águas
férteis e fecundas,
guardado nas essências dos lírios;
Sou o canto do sabiá,
encantado,
que encanta as matas
em cada canto que canta.
Melhor dizendo,
Sou o canto do filhote de sabiá,
desafinado e descompassado.
Desafiando as notas e seu tempo,
não sabe, ao certo,
se canta um canto, um piado ou chiado;
aprendendo.
Sou homo-sapiens sapiens,
Mago, Fauno, Sapo,
que come as abelhas que fazem o mel,
que lhe adoça a vida;
contradição da sapiência.
A mesma voz, em outro eco, imponente;
outra pergunta,
profunda e persistente:
A final, quem-é-você?
Ante essa identidade e alteridade,
Interrogo-lhe e me pergunte:
a final, quem sou?
.