MORTE e VIDA
Pedro José de Alencar (2013)
Desafio da vida
vive nas veias da noite,
corre na sela da morte,
acorda ao raiar do dia.
A lâmina que arde na carne
fere, corta e afia;
desata o veio da vida,
remata ao findar o dia.
Então vem a noite sorrateira,
uma pequena morte por dia.
Se o corpo morre, no sono,
a mente escapa sem guia.
No veio dos que dormem tarde,
nas veias dos que muito sonham,
amor mata a morte,
a noite engendra o dia.
Na pequena morte diária,
sonho transporta a vida ao futuro,
mesmo esquecido na luz da batalha,
perdura a semente gerada no escuro.
Como o amor foge à razão,
e ao mesmo tempo a procura,
a razão busca o amor e o chama de loucura.
A luz que nasce do sonho
parece que finda o dia,
aparenta àquela da aurora
que aos olhos fechados arrelia.
REFERÊNCIA:
ALENCAR, Pedro. Exsicata: coletânea de arroubos
poéticos e outras loucaventuras alquímicas. Teresina: Gráfica Arco Íris, 2013,
116p. [Poema "Morte e Vida", pp.19-20].
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Teresina - PI, 31 de março de 2014.
Áureo João
Poeta e Assuntador.