segunda-feira, 31 de março de 2014

Pedro José de Alencar (2013). Morte e Vida

MORTE e VIDA
Pedro José de Alencar (2013)

Desafio da vida
vive nas veias da noite,
corre na sela da morte,
acorda ao raiar do dia.

A lâmina que arde na carne
fere, corta e afia;
desata o veio da vida,
remata ao findar o dia.

Então vem a noite sorrateira,
uma pequena morte por dia.
Se o corpo morre, no sono,
a mente escapa sem guia.

No veio dos que dormem tarde,
nas veias dos que muito sonham,
amor mata a morte,
a noite engendra o dia.

Na pequena morte diária,
sonho transporta a vida ao futuro,
mesmo esquecido na luz da batalha,
perdura a semente gerada no escuro.

Como o amor foge à razão,
e ao mesmo tempo a procura,
a razão busca o amor e o chama de loucura.

A luz que nasce do sonho
parece que finda o dia,
aparenta àquela da aurora
que aos olhos fechados arrelia.




REFERÊNCIA:
ALENCAR, Pedro. Exsicata: coletânea de arroubos poéticos e outras loucaventuras alquímicas. Teresina: Gráfica Arco Íris, 2013, 116p. [Poema "Morte e Vida", pp.19-20].
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 Para melhor deleite poético, recomendo que você adquira o livro e adentre-se ao portal e caminhos das subjetividades que só as sensibilidades refinadas podem materializá-las em letras, versos e poemas.
Teresina - PI, 31 de março de 2014.
Áureo João
Poeta e Assuntador.

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