MENINA NEGRA
Áurea Valério de Sousa, 13 de fevereiro de 2015
Esta arte foi elaborada por Áurea Valério de Sousa, de 12 anos de idade, na madrugada de sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015, para enviar, como presente seu, ofertado à Comunidade Negra Quilombola Custaneira/Tronco, localizada no município de Paquetá - Piauí - Brasil. "Eu fiz o desenho só porque eu queria, mesmo, dar um presente para a Comunidade" (Áurea Valério de Sousa, 2015).
A arte foi feita com lápis 4HB e 6HB, de cor preta, do fabricante FaberCastell, em papel especial para desenho escolar.
Áurea passou 23 (vinte e três) dias de férias escolar, no mês de julho de 2014, na Comunidade Quilombola Custaneira/Tronco, oportunidade em que a Comunidade lhe dedicou especial acolhimento e ela interagiu intensamente com as crianças e adolescentes, especialmente das companhias de Maria Rita, Raila, Iara, Valdênia, Maria da Paz, Sonora, Sara e Katiane, através de quem visitou cerca de quarenta casas da comunidade.
A artista é minha filha.
Em junho de 2015, eu defenderei um trabalho final de Dissertação - Identidades
socioculturais no território da comunidade rural quilombola Custaneira/Tronco,
município de Paquetá – PI, Brasil -, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia - PPGS, no Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL, da Universidade Federal do Piauí - UFPI, em Teresina - PI. Para construir esta pesquisa, eu fiquei nove meses na comunidade. Em julho de 2014, a Áurea viajou comigo para ficar suas férias em minha companhia. No dia 28 de julho de 2014, seu aniversário, foi uma festa especial.
Na noite do dia 12 para o dia 13 de fevereiro de 2015, eu passei a noite acordado. Eu estava me organizando para sair de casa, às 03:00h, com o objetivo de embarcar no Terminal Rodoviária de Teresina, com destino à Comunidade. A Áurea ficou acordada, produzindo a arte da "Menina Negra".
Esta arte, pela circunstância em que foi produzida, pela comunicação que representa, pelos conteúdos sociológicos que traduz e pelos significados antropológicos que oportunizam, estará na capa do texto final da Dissertação.
Áureo João.
Texto mais humano e lindo. Leio e releio sempre que visito este espaço. Sei de cor. Você não existe!
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