terça-feira, 1 de abril de 2014

Pedro José de Alencar (2013). PRESSÁGIO.

PRESSÁGIO
Pedro José de Alencar (2013)




Entregamos uma vela aberta
no mar de águas sombrias...
Tanto pode vir o vento
como pode vir a calmaria.

Roga à Virgem o barqueiro
crente que a santa mãe vigia.

Ouro e Prata a barca carrega
lacrado em latão e alumínio,
estanho, chumbo e ferro.

Recobrem "VRIL", o velho mercúrio
e seu forninho alado

Outro azougue não é
senão o soma sagrado...
água que mata a sede
dispersa por todo lado.

Funde e molda metais, seu fogo
deu-a Cristo a Madalena
perfumada de mirra, sândalo e incenso.

Um templo humano adentro
sacrifício de amor, um altar repleto de natureza.

Roga divina proteção, o piloto
mesmo quando joga perlas aos porcos
lembrando que quase foi um nas garras da velha Circe.

Segue em paz, pois tudo passa
seja infortuno ou boa ventura
Diz um: tudo é Sansara; diz o outro: tudo é Brahmam.




REFERÊNCIA:
ALENCAR, Pedro. Exsicata: coletânea de arroubos poéticos e outras loucaventuras alquímicas. Teresina: Gráfica Arco Íris, 2013, 116p. [Poema "Presságio", pp.12-13].
.................................................................................................................................................


Nenhum comentário:

Postar um comentário