O ARCO, A FLECHA E A VIDA
Pedro José de Alencar (2013).
Podem ser quinze segundos, quando já partiu o trem,
o viajante apressado, intolerante,
pequenas coisas do cotidiano não vê e não tem.
Vemos apenas o que queremos,
ignorando o que realmente há.
O destino foi selado
quando a flecha abandonou o arco;
imutável parece ao arqueiro;
fatal segue direto e certeiro.
Insensível, levando dor, separando a alma;
não fosse outro Deus, femeocentrado,
o amor, a vida seria nada.
A flecha veloz, ao roubar a vida,
nada mais faz que acertar o alvo.
REFERÊNCIA:
ALENCAR, Pedro. Exsicata: coletânea de arroubos
poéticos e outras loucaventuras alquímicas. Teresina: Gráfica Arco Íris, 2013,
116p. [Poema "O arco, a flecha e a vida", p.29].
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