segunda-feira, 8 de março de 2010

PARA AS MULHERES E PARA OS HOMENS QUE TEM O DEVIDO CUIDADO COM A ALMA FEMININA - poema, poesia

Para as mulheres e para os homens que tem o devido cuidado com a alma feminina, em si e no outro....

...Que o 8 de março seja um dia para reflexão... pois a mulher como todo ser humano deve ter para si todos os dias como especiais...
uma observação importante: no poema, onde está escrito "a marcha da indiferença" o correto é a "mancha da indiferença"...

repasse a todos aqueles e aquelas que valorizam o SER em detrimento do ter!!

com carinho,

Ébia Lopes (ebialopes@hotmail.com)
Janaúba - Estado de Minas Gerais - Brasil.


quinta-feira, 4 de março de 2010

SAMBA DE CUMBUCA DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SALINAS - Histórico

SAMBA DE CUMBUCA DA COMUNIDADE QUILOMBOLA SALINAS


O GRUPO DE TRADIÇÕES CULTURAIS SAMBA DE CUMBUCA


Questão de Identidade


Ser quilombola no Piauí é uma expressão de pertença com o lugar material e imaterial, e com suas praticas culturais (manifestações) que, ao longo da existência concreta e simbólica das comunidades, foram se legitimando e se reinterpretando. Por isso, as manifestações culturais dos quilombos fecundadas, nutridas e transmitidas, de geração a geração, tornam-se, ao longo desse processo, sua identidade de resistência. Não é possível se falar em cultura de quilombo, em identidade, sem falar das manifestações que vêm de nossos ancestrais.

É a ancestralidade que estrutura a nossa visão do mundo. E o intercâmbio cultural entre as comunidades quilombolas, grupos culturais e comunidades de terreiros contribuem na construção da tradição coletiva da expressão concreta e simbólica dessa pertença.

Os “Troncos Velhos”, antepassados que já se foram desta viva material, relatavam que cantavam e dançavam o SAMBA DE CUMBUCA DE SALINAS para pegar o sol com a mão. As brincadeiras eram feitas pela madrugada e aconteciam até o sol nascer.

Depois deles, vieram os anciãos vivos da comunidade Salinas, que falam, com saudades, dos seus antepassados.

Mas quem ensinou aos “Troncos Velhos”? Não sabemos seus nomes exatos por que esse registro se perdeu, mas por aqui todo mundo é descendente dos antigos escravos. Só podemos imaginar que a tradição do SAMBA DE CUMBUCA veio das senzalas existentes nas fazendas.

Hoje, assim como no passado, os ensinamentos do Samba vão passando dos griots para os jovens e crianças. O grupo se forma em um processo dinâmico, mesmo sem estrutura ou sem dinheiro para oferecer aos que se interessam na aproximação com esta manifestação cultural.

O repertório vai passando dos pais para os filhos. O jeito de dançar mantém a sua essência. Um jeito singular que pode ser confundido com rústico, bem diferente do samba das escolas, mas, ainda assim, pode ser sentido como pertencente às raízes deste.

O Grupo de Tradições Culturais Samba de Cumbuca de Salinas surgiu, na vida da história da comunidade, quando seis mulheres negras escravizadas chegaram ao Quilombo Salinas e ali começaram a expressar sua identidade cultural. Dizem os mais velhos da comunidade que essas mulheres negras, após um longo dia de trabalho, passavam a noite tocando samba de cumbuca: uma mistura de dança, canto e som tirado das mesmas cabaças que utilizavam para carregar água.

Essa expressão cultural tornou-se importante para construir a história deste povo, pois todos os habitantes do Quilombo Salinas são descendentes daquelas mulheres escravizadas, com referência à Dona Úrsula, esta que deixou o maior número de descendentes.

O Samba de Cumbuca de Salinas percorreu a história, até os dias de hoje, através da interação com a oralidade de geração-pós-geração, tornando-se um tesouro de valor inestimável para os seus descendentes atuais, que continuam a tradição de tocar, dançar e animar seus dias. O desejo da comunidade é que esta expressão de cultura e identidade continue, sempre, existindo.

Localizado no município de Campinas do Piauí, Estado do Piauí, na Região Nordeste do Brasil, o quilombo vive.

CONTATOS:
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E PEQUENOS PRODUTORES RURAIS DE SALINAS E ADJACÊNCIAS
CNPJ: 02.246.078\0001-16
Endereço: Comunidade Quilombola de Salinas – território rural – Zona Rural
CEP: 64.730-000 - CAMPINAS DO PIAUÍ - PI
DDD / Telefone: (89) – 3484-1248; (89) - 9929-5394; (86) – 8829-4608.
E-mail: cumbucadequilombo@yahoo.com.br
Marcos Vinicius Ferreira

QUILOMBO: MINHA HISTÓRIA, MINHA CULTURA, MINHA IDENTIDADE - exposição fotográfica

Exposição Fotográfica

QUILOMBO: MINHA HISTÓRIA, MINHA CULTURA, MINHA IDENTIDADE


Uma exposição fotográfica com o título "QUILOMBO: MINHA HISTÓRIA, MINHA CULTURA, MINHA IDENTIDADE"Da Comunidade Quilombola de Salinas, acontecerá nos dias 04, 05 e 06 de março de 2010 dia, com abertura às 19:00 h do 04, no Teatro 04 de Setembro, em Teresina - PI, dentro da programação do Encontro Estadual de Pontos de Cultura do Piauí - TEIA PIAUÍ2010, que acontecerá no mesmo período e local.


A exposição traz na sua essência a vida dos moradores do Quilombo Salinas, com sede no município de Campinas do Piauí, Estado do Piauí, e tem como foco principal mostrar o elemento cultural como algo que identifica esse povo afrodescendente.


Ser quilombola é viver e escrever sua própria história, nascida e transmitida no seio da comunidade de negros; é viver o esplendor da raça e ter em mente que o quilombo é uma sociedade de luta, resistência e símbolo de um povo que traz na sua identidade a força energética das manifestações culturais vividas.


Tornar o quilombo em essência da cultura e resistência da negritude de um povo afrodescendente no Brasil, e no Piauí dentro deste País, é saber viver e transmitir seus ensinamentos e suas práticas culturais; é saber reinventar-se. O Grupo de Tradições Culturais Samba de Cumbuca é o elemento energético presente na vida e na história do Quilombo Salinas, em Campinas do Piauí - PI.


Para a comunidade "essa energia atua dando sentido à nossa forma de viver, de saber, de refazer, transmitir e salvaguardar nosso mais precioso tesouro, assim como está presente em nossas cantorias das frases":
"O povo ... tão dizendo que esse samba acaba ja, mas ele vai de manhã, ele vai de manhã..."
"É de madrugada"
"Lá vem a barra do dia!
"O dia amanhece já! e viajou o dia e viajou proto lugar"
"Vamos pegar o sol com as mãos", que significa libertar do poder dos opressores, pois o sol nasce e brilha para todos e sua luz é livre para entrar em qualquer lugar, como assim o tem samba, que uma circularidade dos elementos da Natureza .

Na exposição, estarão em mostra as expressões seguintes:
















































































































































































 




























































































































































































NOSSO SAMBA DE CUMBUCA - poema, poesia e filosofia da Comunidade Quilombola de Salinas - Piauí

NOSSO SAMBA DE CUMBUCA
Autor: Marlon Gomes.
Nome de batismo na Capoeira de Quilombo: Urubu.

Origem: Comunidade Quilombola de Salinas, município de Campinas do Piauí, Estado do Piauí - Brasil.
Março de 2010.








1.
Samba o samba que é meu,
Samba que é nosso;
É dele, é dela, é teu.


2.
Samba que sambo com alegria,
Chego até ficar tonto;
Samba que é pura magia.


3.
Samba de Cumbuca tão visto;
Tão pouco compreendido;
Não importa aonde vai,
Da mente de quem vê não sai.


4.
Samba do velho, do jovem, da criança;
Samba que é uma herança;
Ao tempo vem sobrevivendo;
E todo dia uma história escrevendo.


5.
Samba dos nossos ancestrais,
Sambado nos dias atuais;
Tocado no surdo, na cumbuca, no reco-reco;
Cantado em coro, no chacoalho do caneco.


6.
Samba de Cumbuca de Volta, de Salinas;
Samba do Município de Campinas;
Samba que, no quilombo, nasce e cresce;
Samba que alegria a todos oferece.


7.
Negra Úrsula foi a primeira,
A, no terreiro, fazer poeira;
Com a cumbuca fazia canção,
Que hoje canto com emoção.


Samba de Cumbuca do homem e da mulher;
Deseja a todos um grande axé!


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Minha profunda gratidão ao autor deste poema, que me concedeu a distinta honra de publicar sua criação neste blog.
Este é um poema que tem cor de negro, raça de negro, espírito de negro, histórias de negro, cultura, identidade de negro e de negra!
Que assim seja, que sempre foi, sempre!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

TRIO EM TRANSE - poema, poesia, filosofia

TRIO EM TRANSE - poema, poesia, filosofia


1.
Senhor da própria criação
Recriador da criatura
Reinventa-se na arte
Traduzindo-se em Pintura


2.
Vai cantando uma primavera
Antes parir do chão as flores
Transformando-se em poesia
Imaginando-se amores


3.
Esculpindo palavras, gestos e notas e
Núcleos Escrevendo
Desenhando versos
Um mercador de sonhos, de sonhos
Um mercador de movimentos


4.
Eu queria ser o Deus e o Diabo do cinema
Um Trio em Transe desfilando em Ipanema
Ser um Kika de Almodóvar
Ser uma preta da Portela
Ser Tieta, Dona Flor, Madalena e Gabriela, Gabriela


5.
Eu queria ser uma outra personagem cada dia em
Dirigir e escrever
Vestir tristeza e alegra
E pela lente dos meus olhos
Fazer do mundo poesia, poesia do mundo


6.
Cantar um tico, tico, tico, tico, tico no fubá
Fazer um samba, um samba fazer
Cantar um tico, tico, tico, tico, tico no fubá
Maravilhosa Carmem Miranda (2 x)


7.
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Em cada cena lhe beijar
Sem haver lugar nem tempo
Fazer um drama sem censura e me apaixonar


8.
Como película girar junto com a Terra
Sem futuro, nem passado
Ser presente, primavera
Todo apaixonado Tempo
Fazer samba lá na tela
Ter você sempre ao meu lado
Para mostrar que a vida é bela


9.
Ser a sétima arte no sétimo dia
Ser uma rebeldia da majestade
Recriando o mundo assim como eu queria
Assim como eu queria (2x)


10.
Na Cidade de Deus, um baile perfumado
Num Amarelo Manga, amado bem ser um
Ser comido por um bicho de sete cabeças
Na Central do bye, bye, bye, bye Brasil (2x)
Ser um trio em transe, dance, dance (3x)
Ser E fim Felini.
...


Referência:
Composição de Daniela Mercury
Primeira faixa do álbum Canibália, lançado em 2009, cantada, poetada e encantada por Daniela Mercury.

Muitos de nós ouvimos músicas sob uma embalagem e das notas musicais, muito provável, dedicamos assuntar em pouco tempo o fundamento do teor das letras embrenhadas nas melodias.
Esta composição de Daniela Mercury traduz minha reflexão. Estou certo de que Oxalá vibrou um Regência de sua conexão com sabedoria em uma compositora e cantora.
Penso esta obra como uma produção das mais refinadas que tenho assuntado.